poema

Embriagados

Publicado em 14 de outubro de 2023, por Jan Parellada
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Tu me deixaste nervoso,

embaraçado e receoso,

tiraste tudo do lugar.

estou pagando os teus pecados,

fico pensando,

com meus modos de janota

e a minha soberba idiota,

eu não deveria te amar.

 

Tu me deixas sem graça,

mulher cheirando a cachaça,

vestida de qualquer jeito,

sem a nada a combinar,

és vira-lata vistosa,

desleixada, linda, insidiosa

doendo fundo no meu peito,

por quem fui me apaixonar?

 

Me tiraste do sério,

me viciaste em mistério,

num suspense itinerante

numa inusitada trama,

junto a ti desconcertante

percorro a sarjeta da fama.

 

Me deixastes maluco,

invejando um eunuco,

de quem o ato carnal,

com o qual vives

a me rondar,

nem a tuas ancas poderosas

tua libido sulfurosa,

poderiam tal proeza consumar.

 

Eu, almofadinha bem formado,

tu, mulher despudorada,

pelas ruas talhada,

embriagados pelo álcool

e uma paixão incontrolável.

Estamos ambos condenados,

duas figuras antagônicas,

unidos de forma irônica,

serão longos momentos de luxúria

e cenas comoventes de renúncia,

palco de carícias sem pudor,

insólita crônica de amor.

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